sábado, 20 de outubro de 2012
Constatei:
terça-feira, 10 de julho de 2012
Diálogo
- Você já conheceu alguém irreparável?
- Tem tudo, o céu forrado de estrelas tanto quanto beijos de amor...
- ...Mas permanece transbordando pelas rachaduras.
- É fonte de vida, a poesia escapa e escorre áurea.
- Quem deixou que se quebrasse?
- Quem fez, cuidou que houvesse já os sulcos e depressões.
- Autêntico?
- Fragmentação autêntica. Alguém muito humano.
- Você já conheceu alguém reparável?
sábado, 23 de junho de 2012
À espera
segunda-feira, 23 de abril de 2012
Caracter
Quando quero enlouquecer, beber vinhos e gozar a festa dos falos, o mundo que se expanda numa luz de fogo destruidora! Quando quero o caos e o sublime. Tem dias sim, que eu despenco no escuro. Acordo chorando e com fissuras nos pulsos. Ressaca espiritual.
quarta-feira, 11 de abril de 2012
Franca verossimilhança a respeito do que me motiva a transmitir um mal estar continuo ou Do porque sofro ou Meu amor e suas correspondências
Todo dia, quase, construo cenário de opressão e maquio o elenco de face bizantina. É um teatro. Essa minha vida é um teatro, eu reconheço. E como toda arte, respira, produz e lancina vitalidade própria.
Vê como é bela minha encenação? Legítima.
Contudo tem sempre quem me aponte correlações à realidade com a obra.! A esses dirijo minha prosódia: as entonações podem sim ser reflexos de um texto-eu. Okay, eu tecerei relato do ante script para vocês. Disse de proêmio e ressalvo outra nova vez: minha mistificação decadentista, minha italicamente mesmo.
Justifico, caro erudito. Em suas pesquisas bem argumentaste uma depressão cênica, problemas que eu invento para ser triste. Justifico, caríssimo erudito. Logo. Assim que eu reconquistar o despudor.
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Isso: Quando to puro e impenetrável, só eu, alguém vem e me dá cara de angustia. Eu to bem, existindo despretensiosamente, daí eles vem e falam:
- Você está bem?
Surpreso em degradê respondo que sim.
- Sério, pode falar... O que você tem?;
ou logo sentenciam que to triste.
O que faço? Sou pleno e bem, até que me descobrem dor e eu nu. Nem sei mais quê sinto, quê sou, quê guia-me. E visto o figurino dado, crio fatalidades e as conto para que meu próximo possa acolher.
É disso. Minha tragédia eu faço para a catarse do próximo. Porque se me olhares na coxia, nem compaixão nem temor te possuirão. Apenas reflexos. E arrisco: sou como água corrente, o que te notas no meu olhar é o mundo teu com ondas.
Pegou? Para não me reduzir a nada e te deixar esperando de braços abertos finjo sofrer. E me abraças.
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Tudo é Amor.
terça-feira, 3 de abril de 2012
Em três atos
ATO TRES
Exausto eu tateio o telefone no escuro: "Allo"
Na falta de procura que me impus eu procurei. Lares e certezas.
Estações, hemisférios, humanos. Por que tanta tragédia em papéis virgens?
Voltar para casa... Minha.
quarta-feira, 28 de março de 2012
Em três atos
Pouco se pode ousar nesse inverno.
Se antes os estudos e a suma-meta desviavam minha atenção de um amor deixado milhas tropicais para trás, agora eu me deparo tarde da noite tentando recuperar tal sentimento, esse meu, que foi meu, o de amar um outro coração que não o meu – e querê-lo ao lado, fluindo conjuntamente até a velhice. É verdade, a glória que costumava esconder minha imensa vontade de levar a vida em estepes onde nada mais há além do vento e a pouca vida se foi. Fora de júbilo, eu pedi para ser sozinho, logo que pudesse. E minha tese científica era o álibi... Que se potencializou em arma de um crime passional. Porque hoje já nem sei o que desejo para o sempre.
A neve veste estampa de paz e ela me sufoca. Nos excessos vive a clausura.
Pupilas que quase invadem toda a visão. Eu mal me lembro o quanto eu parecia apaixonado e ele também nos dias frios e como éramos independentes no calor. Pouco de nossas imagens se reflectiam no olhar um do outro, era muita escuridão e uma hipnose insensata, entretanto chamávamos de amor e até era. Como um tipo de anulação e afirmação cíclicas. Em novembro ele viajava para o litoral e servia de muso aos garotos tropicais. Eu preferia as noites paulistanas, o anjo negro na pista de dança. Mas quando o tempo amenizava podíamos procurar um ao outro entre abraços suaves e superficiais e criar um romance pitoresco. Sinto falta... De qualquer romance.
Contos tradicionais infantis são muito macabros. Especialmente Branca de Neve, por isso tanto seduz e leva à necrofilia. Mortos, abracem-me?
Não, eu não sei mais se quero me afastar progressivamente. De tudo. Ou se prefiro voltar às merrecas romanescas, não sei. Sazonal. Talvez eu esteja no cúmulo do decadentismo, mas desisti de ser negligente aos cúmulos. Nessas novas vezes eu me entrego feito recém-nascido no choro e sigo em frente por entre as paredes gêmeas, de modo distraído o suficiente a não recordar o caminho de trás. Eu não quero voltar. E noto que também não quero chegar. Ando tão contraditório, querendo sair disso num apego imenso a isso. Talvez meu amor pela solidão fosse narcísico. Sazonal.
Apenas o frio me pertence, neve como nuvem gelada na minha porta. O céu desceu aos meus pés e me aprisionou.
Só mais uns meses e eu voltarei ao meu inferno caseiro, no hemisfério sul, mais próximo da inconveniência do Sol. Menos à mercê das inseguranças... Sou eu, olhos que viajam o mundo lá fora, quietos entre o vidro da janela e a ventania, inquietos entre o interior e a estaticidade eminente em cada móvel do quarto. Uns olhos vizinhos inalcançáveis... Talvez agora sim eu esteja em casa, por isso me perco tanto. E quem me procura?
Batem na porta e eu não posso abrir. Estou preso em minha neve privada.
domingo, 25 de março de 2012
heartstorm
o Sol poderia retorcer-se mais ameno,
fuso horário poderia ser só um.
Ele poderia estar menos longe,
ou não tão dentro.
Eu poderia cansar um pouco menos de sei-la-o-que,
taquicardia poderia ser só a literária,
inspiração poderia existir,
verso doeria menos.
O silêncio poderia ser suficiente,
as estrelas mais simples,
a física e a poesia menos irmãs.
Vazio de despedida poderia ser menos cheio,
despedida poderia não ser tão diária,
meu nervosismo em manter...
... eu poderia ao menos saber
qual feitiço qual mistério...?
Qual
Remédio
Pra tanta
tanta loucura?
sábado, 3 de março de 2012
O Livro da Loucura e da Adoração
Um Trabalho talhado de tensões e insônias.
Jamais cri eu poder ser tão devoto, afinal escalas de sentimentos já evanescem com a sutileza de um tímido espectro de luz, o que dirá então de todo o prisma de cores da realidade invadindo a epiderme? De modo que qualquer fantasia apaixonada se apagaria.
E apagou.
Jamais cri eu pagar tributo mesmo após ver o quão vã é a Terra e tudo o que nela orbita.
Um léxico básico:
Paixão: certeza efêmera feita de efêmeros suspiros e efêmeros hormônios.
Eu que fui consagrado às incertezas permito-me assassinar o que é belo (e superficial) e elejo o amor. Ele é feio, tão palpável como palpáveis são as chagas abertas de Cristo.
E adoro.
Como apagou.
Naquela manhã um homem três palmos a baixo da miséria fora guiado à forca. Seus pés arrastavam-se sobre a aspereza do chão público, o de todos nós. Sua caminhada penitente era iluminada pelo raiar intruso e acusativo do sol, aquele mesmo astro mãe negado durante o tempo de cárcere. As suas mãos enlaçadas eram gêmeas caladas, aleijadas. Deixassem-nas livres e com elas ele voaria para a condenação dos céus.
Confuso, porém pouco surpreso notei que não era uma corda aquilo a envolver o pescoço rendido do homem, era uma serpente. Pálida e embriagada, abraçava aquela vida. Bicho desmembrado abraça com o seu todo e mata.
- Algo a dizer? – perguntou a voz áspera-encapuzada.
Acenando negativamente a cabeça, o homem prostrou os olhos na multidão me procurando. E eu corri longe daquele maldito olhar... O crime pertencia-me. Eu era o culpado! Mas me perdoou, eu sei. Ele perdoou a todos nós e morreu.
Minha paixão humilhada, rastejante e mártir morreu.
A culpa fica, a culpa sou eu.
Tensão.
Em cárcere ameno um poeta folheia antigas cantigas, retalhos de fascinação e engano. Fora longe – pródigo! – o tempo das virtuosas inspirações. Resta hoje o meditar a respeito da mentira e da verdade.
Insônia.
Sobreviver quando estás tão longe se torna uma promessa de vida. Mesmo que jamais tenha prometido algo assim.
Tributo e devoção – Incompletos.
Mil poemas iniciados e incompletos eu guardo na gaveta. Te darei meu labirinto verbal!
Talvez assim funcione porque eu esteja em pedaços e em pedaços esteja você também. Nossas rimas, nunca, nunca, nunca se encontram.
Mil versos livres sagrados...
Desarmônicos. Não é a música de um poema de Verlaine. Desnorteia, rabisca minha precisão, amassa meu esmero! Eu pego fogo, você me ascende!
Paixão.
Dei tanto, tanto... Ao máximo dediquei o labor de te amar. Fiz ainda mais: eu fiz demais. E nada do que e edifiquei cabia à tua alma. Ás vezes penso que o que construí foi uma fortaleza e te privei do sol.
Fiz tudo, mas bicho desmembrado que sou, matei-te num abraço.
O belo e o feio (quase putrefato).
Trata-se da mentira e da verdade.
O poeta.
Abriu passagem pisoteando as folhas no chão, sufocando a vida. E caminhou até a porta de sua confinada habitação. Lá fora o mundo mantinha seu espetáculo circense orgânico, rodopiando entre as pernas da mãe Terra; sonâmbulo, ébrio feito boêmio idoso. Até as escuridões mais intensas das esquinas da noite ignoravam ser manto de sacrilégios e dançavam a dança de Salomé. Quanta infinita gente doendo insuportavelmente, debaixo de um cobertor ou sem ele, quanta decadente solidão e angústia no palco de hoje... E o que é poesia nisso?... Nada alem de dissimulação. O verso perfeito tem ritmo de mentira e negligência. A verdade cala, aponta e condena. (a si mesma).
Uma peregrinação: a paixão quase vive de tanto que sua morte persegue.
Saudade. De te abraçar feito serpente.
Palpável.
O sono quase mata. Quero e preciso dormir justamente. Mas é que escrever sobre você ilude que estás perto. E sinto um cheiro que deve ser o teu, uns calafrios que devem vir da tua pele tocando a minha, uma inquietação que é o teu olhar sobre mim, uma solidão imensa que deve ser a tua. Tudo é você. Meu coração e eu decidimos.
As chagas de Cristo.
Ele tentou afastar o cálice, contudo a vontade do Pai prevaleceu. Nem toda adoração deve ser revelada. Pois então eu me calo e digo apenas coisas com dor carmesim – todo fluxo sanguíneo teu eu guardo junto ao meu (e passeia e filtra e dá vida. Sístole, diástole, sístole, diástole...).
Nem toda adoração deve ser revelada. Caso ocorra, triste e pesado fica o adorado em querer recompensar com milagres. Não faça milagres por mim, você não precisa me amar.
Eu mesmo não te amo, é outra coisa.
... E adoro
Teu cabelo... Feito o mar proibido da madrugada. Quão tempestuosas são as ondas que me ferem, me afogam e me fascinam. Este teu negro diadema desce a pele doce e morena, joga-se em movimentos livres inconstantes, dança teu cabelo e eu com ele quero me perder para sempre... Quero beijar tua cabeleira tão profunda, sentir seus fios inundando meu rosto, cegando meu mundo. Provar do sabor, inalar o perfume. Como manto do universo, como o infinito tua cabeleira me suprime, me encanta... Cascatas me conduzirão até tua tez centrada e acariciarei as sobrancelhas que adornam uns olhos tristonhos e cansados... Ah, eu beijarei teu olhar e meus lábios te darão o sono e descanso, meu rei e adorado.
Se te afliges um malogro, rente, ao teu peito, meus ouvidos ficarão e escutarei teu fluxo de vida pulsante... De novo meus lábios prometem tocar tua vida, e com um sopro afugentarei os maus espíritos. Vem, amado! E flui comigo, com meu ser todo entregue.
Nada penitenciarei a ti, pois minha devoção é espontânea. Teu lábio superior é como o horizonte de um lindo pôr do sol e o inferior tem gosto de mel e a frescura das flores. Algo ardente possui meu coração e é o pensamento dos teus dedos, esses leves e santos que correm sobre mim buscando sinfonia. Sinfonia mais pura é a da tua voz que me devaneia e hipnotiza.
Sou a sombra da tua sombra, o guerreiro que jamais deixará dardo algum atingir-te.
E se meu ser todo anda prostrado é porque sou mortal... E se meus olhos se erguem é porque buscam a glória dos teus. Como duas aves debutantes sobrevoando a praia num fim de tarde são teus braços e eu os anseio!
Pouco sou, acanhado eu sonho no dia em que tua vida envolverá a minha. Lá estarei a salvo...
À luz que persegue cada passo que caminhas envio orações, às pessoas que te tocam envio poesia, ao dia que te desperta e à noite que te refugia eu declamo música sacra. Meu culto permanece eterno, pois às estrelas todas eu conto e à elas peço que conte às suas amigas que eu te adoro. O Universo esconde o segredo.
Tu és meu segredo, supernova.
Eu te adoro.
quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012
Em três atos
Uns olhos eu espiei pela janela do apartamento.
A manhã estava gelada e era tanta neblina que desconfiei que as nuvens houvessem baixado ou então meu prédio havia sucumbido às alturas e eu morria - morria e o paraíso é bem idêntico à Terra: as ruas íngremes lá fora, a grande ladeira, o senhor que caminha solitário até a padaria, cão de rua e a rotina universitária. Mas não, nem subida aos céus ou descida deles até a borda da minha persiana... Era só o inicio de uma manhã européia. A verdade é que me acostumara tanto com o calor preguiçoso do Brasil, meus colegas de quarto marchando a marchinha do atraso e aquele sol ultrajante querendo violentar as portas e frestas, que a tão sonhada atmosfera úmida e fria (não queria usar essa palavra, estou procurando um quê mais adequado para o que sinto todos os dias ao aspirar o frescor, um quê mais solitário), úmida solidão desse país me pega de surpresa todas as manhãs! Eu adoro me surpreender todas as manhãs - adoro essa solidão úmida e fresca, mas temo tanto quando ela se tornar a dama da nevasca... O inverno.
Uns olhos eu espiei pelo vidro, dançando em espirais.
Quando morava no campus da capital, cento e cinquenta e sete passos do prédio da faculdade, eu seguia certo ritual matinal que não vem ao caso no momento, mas que tinha como objetivo não uma espiritualização com um Ser Supremo. Era puro intento de atraso! Jamais gostei de chegar cedo na sala de aula, ter que escolher um lugar, ver todos que chegavam... Meus amigos diziam que isso era um tanto esquizofrênico. Tudo bem, entre amigos rimos e partimos para outra prosa qualquer. Eis o atrito: um dia uma amiga de uma amiga (essa espécie tão constrangedora), por simplesmente ter na carteira da universidade o título de aluna da graduação em psicologia me disse: "você é excêntrico. Não gosta de ser a platéia e sim o palco. Se você chegasse antes de todos, não te notariam." Claro que respondi à insolência da tal pseudofreud. Com a sobrancelha direita sobressaltada, o suspiro desdenhoso, a mão esquerda na cintura, minha chacoalhada de cabeça em sua direção e: "gênio". A coitada me definiu pelo ascendente, e não pelo signo.
Aqui o rito se repete, eu abuso do vento e dos cigarros, entro para a classe. Quero que girem suas cabeças para trás, para a porta ver o intercambista chegar, quero que o professor faça uma pausa e olhe por cima dos óculos condenando-me ao purgatório; enfim, quero espalhar meus cadernos e livros sobre a mesa e desenhar desenhar desenhar... Ah, minha querida! Não somos mais colegiais! Eu me atraso porque não nasci para aberturas, prefiro a vida brusca.
Aqueles olhos jamais encontrariam os meus, aquela vida jamais seria apresentada a minha. No entanto eu lhe invadia uns instantes, atrasado, ignoto.
Ninguém questiona. Pouco se sorri e apesar do frio, observo muitas ausências de abraço. O mais incrível é que depois de vinte e três anos de angústia calada eu sinto que encontrei lar. Nesse lugar onde o outono é realmente outono e o amor tende à quietude... Longe do espírito carnavalesco da minha terra, longe até do colo materno! E poucos tentam cruzar uma amizade comigo. Antes de vir para cá palpitei muito que seria O Intercambista, no entanto sou ninguém. E é delicioso... Nem palco nem platéia: coxia. Estou "em casa".
Estava. Até hoje, quando minha luz se rebelou e caiu levando a terça parte do meu ser até a queda mais profunda, aquela dos olhos que percorro do outro lado da rua, no sexto apartamento do prédio vizinho.
terça-feira, 14 de fevereiro de 2012
Thay
Anjo que sorriu para mim e fez da minha máscara de tragédia, júbilo e exaltação.
Anjo que desnudou tua máscara e a mim se entregou tão pura como és.
Anjo que eu vi o peito, a embriaguez d'uma gargalhada e o ópio sagrado do gemido terrível.
Mal tenho poder sob o verbo quando se trata de salvar tua alma, e eu sinto tanto... Quando te dói quereria eu furtar-te o coração e guardar pulsante bem ao lado do meu (eles juntos dançam dançam dançam e falecem, e ressuscitam ao sentir um beijando ao outro. Magia gêmea). E sei que sou feito de erros... Peço perdão para sempre, eu que queria ser perfeito porque o que me entregas é mais do que aura celeste.
Sabes, anjo, que eu sou como a Lua, furtando a luz do Sol para ser adorada. Eu sem os astros sou apenas um monte de crateras e um deserto sem vida. Mas você não tem sido o Sol ou qualquer outro corpo sideral presenteando-me beleza! Ah não, você é meu próprio brilho e escuridão! A luminescência que o mundo vê em mim é toda você e quando escondo minhas profundas depressões no lado oculto da vida você também está lá... Conhece cada ferida e cada carícia.
Minha luz e minha paz, minha tormenta... Diria então: anjo, meu tudo!
(Entretanto eu sinto um pouco de angústia ao lembrar como você sou eu! É bem mais seguro não sê-lo)
(Entretanto eu agradeço por ter de verdade e mais profundamente um refúgio da solidão, meu Tudo)
Agradecer a quem? São Valentim? Bem... O dia é dele, aquele que rompeu a regra fria da humanidade e apostou sua vida e morte no amor e em rosas. Ou talvez a Eros, o brincalhão.
Cristão ou Pagão, eu sou todo teu. Lunaticamente teu. Até que o Universo vire pó - então seremos todo Ele."
domingo, 12 de fevereiro de 2012
Sonho Realidade
No sonho minha aura se aquietava e cingia-se inteira de veludo para deitar-se sobre a tua, aquecer teus frios, suavizar tuas asperezas. Eu tinha fé no meu culto à tua imagem. Lá no sonho, toda a vez que me crucificavas eu conseguia sorrir, pois teu seio emergia e imergia tanto quanto o meu amor crescia e desfalecia. Eu podia desfalecer! Como na noite em que perdi o fôlego e tive medo de ti.
Mesmo que nossa história fosse peça trágica, eu sorria: teu amor era inesgotável.
Dessa vez que sonhei... E quando acordei me detive um instante. Um passo falso, olhos de ressaca e meus desapontamentos pela farsa onírica. Talvez, provável, eu sinto... que nem me amas mais. No entanto continuo detendo-me à crueza da realidade. Ora, eu sou poeta! Viverei um sonho ou um pesadelo, tanto faz. Mas que eu tenha sempre aquele sorriso lacrimoso quando te ver, e que eu ame nossas condenações.
Tenho muito medo de desfalecer em vão, sim. Mas minha adoração é inesgotável.