Quando quero enlouquecer, beber vinhos e gozar a festa dos falos, o mundo que se expanda numa luz de fogo destruidora! Quando quero o caos e o sublime. Tem dias sim, que eu despenco no escuro. Acordo chorando e com fissuras nos pulsos. Ressaca espiritual.
segunda-feira, 23 de abril de 2012
Caracter
Quando quero enlouquecer, beber vinhos e gozar a festa dos falos, o mundo que se expanda numa luz de fogo destruidora! Quando quero o caos e o sublime. Tem dias sim, que eu despenco no escuro. Acordo chorando e com fissuras nos pulsos. Ressaca espiritual.
quarta-feira, 11 de abril de 2012
Franca verossimilhança a respeito do que me motiva a transmitir um mal estar continuo ou Do porque sofro ou Meu amor e suas correspondências
Todo dia, quase, construo cenário de opressão e maquio o elenco de face bizantina. É um teatro. Essa minha vida é um teatro, eu reconheço. E como toda arte, respira, produz e lancina vitalidade própria.
Vê como é bela minha encenação? Legítima.
Contudo tem sempre quem me aponte correlações à realidade com a obra.! A esses dirijo minha prosódia: as entonações podem sim ser reflexos de um texto-eu. Okay, eu tecerei relato do ante script para vocês. Disse de proêmio e ressalvo outra nova vez: minha mistificação decadentista, minha italicamente mesmo.
Justifico, caro erudito. Em suas pesquisas bem argumentaste uma depressão cênica, problemas que eu invento para ser triste. Justifico, caríssimo erudito. Logo. Assim que eu reconquistar o despudor.
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Isso: Quando to puro e impenetrável, só eu, alguém vem e me dá cara de angustia. Eu to bem, existindo despretensiosamente, daí eles vem e falam:
- Você está bem?
Surpreso em degradê respondo que sim.
- Sério, pode falar... O que você tem?;
ou logo sentenciam que to triste.
O que faço? Sou pleno e bem, até que me descobrem dor e eu nu. Nem sei mais quê sinto, quê sou, quê guia-me. E visto o figurino dado, crio fatalidades e as conto para que meu próximo possa acolher.
É disso. Minha tragédia eu faço para a catarse do próximo. Porque se me olhares na coxia, nem compaixão nem temor te possuirão. Apenas reflexos. E arrisco: sou como água corrente, o que te notas no meu olhar é o mundo teu com ondas.
Pegou? Para não me reduzir a nada e te deixar esperando de braços abertos finjo sofrer. E me abraças.
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Tudo é Amor.
terça-feira, 3 de abril de 2012
Em três atos
ATO TRES
Exausto eu tateio o telefone no escuro: "Allo"
Na falta de procura que me impus eu procurei. Lares e certezas.
Estações, hemisférios, humanos. Por que tanta tragédia em papéis virgens?
Voltar para casa... Minha.