" Eu sou um estilete sem cabo. Quer pegar, tenta. Só que não entro nem saio da vida de ninguém sem deixar marcas. Marcas boas ou ruins. Mas marcas. Marcas de uma época. Lembranças boas de quem sou. Do que sou. Do que nasci para ser. E foda-se. FODA-SE mesmo. Se sou uma máquina de ferimentos para alguns, lamento. Quer beijar? Vai ser intenso. Quer brincar? Só não diga que eu não avisei "
sexta-feira, 24 de setembro de 2010
sexta-feira, 17 de setembro de 2010
Lágrima formosa
Lágrima formosa.
Doída, calada e virtuosa;
esse pecado nu decadente
tomado por perdão vertente.
Lágrima formosa.
Qual divindade que ao artista posa;
d’um rio de mágoas descende,
que alcançar a paz de espírito pretende.
Toma-me em tua luz, Lacrimosa.
Abençoa essa agonia escondida,
e em eterna gratidão te darei a rosa
única, branda e pura de minha vida.
Toma-me em tua luz, Lacrimosa.
E farei ode, lirismo e poesia
ao anjo que o meu choro ouvia
e com suas asas me envolveu de encanto,
num sagrado ósculo calando o meu pranto.
Lágrima formosa.
sexta-feira, 10 de setembro de 2010
Lágrima apaixonada
Abandonado no esquecimento dos Tempos houve o primeiro ser apaixonado. Não se sabe se foi um homem ou mulher, um botão de rosa ou a chuva; poderia ter sido o Éden inteiro ou aquele anjo debruçado na nuvem mais alta... Quem sabe uma molécula de sentimento. Às vezes desconfio que foi pó astral, às vezes sinto que foi Deus.
Importa que amou. O primeiro amante da vida.
Sozinho, recostado nos muros da reflexão, desejava incessantemente a criatura amada junto de si, junto de seu coração. Entre um e outro ócio a mente brincava de sonhar as bodas de prata, ouro e diamante; sonhava com o primeiro beijo (antes mesmo de beijo existir. Era um beijo adivinhado, como quem pela primeira vez sente que terá um orgasmo) e com os toques que preencheriam aquela desconcertante sensação de braços cheios do vazio.
Ah, como precisava de abraços. Principalmente à noite! Era o pior momento, o instante infindável da escuridão. Fosse de olhos fechados ou desesperadamente abertos, a única coisa que se via era a ausência. Um silêncio envolvia a atmosfera e massacrava o desejo de ouvir alguém adivinhando seu nome, compondo poesias bobas, inventando traços de uma existência completa.
Nem risos;
Nem murmúrios;
Ou ao menos gemidos.
Abandonado no esquecimento do Tempo - percebeu a criatura.
Amando um segredo intocável.
Nasceu dali a primeira lágrima, ígnea e latente, tremulando nos olhos daquele ser todo angustiado.
"Não há quem beije minha face e sinta a essência da devoção que entrego ao meu maior amor, não há quem alcance com os lábios a verdade do meu ser perdido em suspiros. Meu amor não me toca, não consola, meu amor não me ama"
Importa que amou. O primeiro amante da vida.
Sozinho, recostado nos muros da reflexão, desejava incessantemente a criatura amada junto de si, junto de seu coração. Entre um e outro ócio a mente brincava de sonhar as bodas de prata, ouro e diamante; sonhava com o primeiro beijo (antes mesmo de beijo existir. Era um beijo adivinhado, como quem pela primeira vez sente que terá um orgasmo) e com os toques que preencheriam aquela desconcertante sensação de braços cheios do vazio.
Ah, como precisava de abraços. Principalmente à noite! Era o pior momento, o instante infindável da escuridão. Fosse de olhos fechados ou desesperadamente abertos, a única coisa que se via era a ausência. Um silêncio envolvia a atmosfera e massacrava o desejo de ouvir alguém adivinhando seu nome, compondo poesias bobas, inventando traços de uma existência completa.
Nem risos;
Nem murmúrios;
Ou ao menos gemidos.
Abandonado no esquecimento do Tempo - percebeu a criatura.
Amando um segredo intocável.
Nasceu dali a primeira lágrima, ígnea e latente, tremulando nos olhos daquele ser todo angustiado.
"Não há quem beije minha face e sinta a essência da devoção que entrego ao meu maior amor, não há quem alcance com os lábios a verdade do meu ser perdido em suspiros. Meu amor não me toca, não consola, meu amor não me ama"
"Lágrima presa-pulsante, liberta-te das grades desse vívido medo! Salta à morte! Vive por mim!"
E numa liberdade suicida despencou as águas de um angustiado olhar, sepultada nos lábios de um angustiado sorriso. O sorriso da Poesia.
Minha Poesia - para o primeiro ser apaixonado.
-Venha, abrace minha desesperança e beije esta lágrima desfalecida de amor antes que mais uma vez eu morra de solitária paixão...-
Decifra as entrelinhas antes que isso me devore
sexta-feira, 3 de setembro de 2010
Diálogo Mal Encantado ou A Tola Princesa IV
MAD PRINCESS -
MAD WHISPER – Conta logo de onde vieste que eu te contarei para onde foste. Sim, eu sei.
MAD PRINCESS – Pois então acompanhe-me ao hall central do Pandemônio. Lá fui concebida.
MAD WHISPER – Extremamente pomposo!
MAD PRINCESS – Cale tua voz arrogante e escute um conto perdido. Por que perdeu-se? Não sei... Mas vocês deveriam, todos vocês deveriam conhecê-lo. Para que eu possa me apagar.
MAD WHISPER – Tens razão, enfim. Para que te apagues, que as linhas sejam feitas. Uma ou outra mente maliciosa deve estar brincando. E assim dependes da dor de existir sob a sombra de outro. Por si só és puro pó – angustiado por uma existência que, mesmo vã, te pesa e dá angina.
MAD PRINCESS – Não tenho culpa se aos sábados despenco em solidão, vislumbrando um príncipe grosseiro que amo, odiando as tranças que o enfeitiçaram a mim e querendo voltar até o submundo, esconder-me na escuridão do manto de minha mãe, Perséfone, e retornar ao mad, unicamente mad.
MAD WHISPER – E eu.... Que sou o teu próprio mad, queria me libertar e sussurrar sem loucuras.
MAD PRINCESS – Você? Você.... Sim! Sussurro insano, aquele que tragou minha vida passada! Agora me lembro...
MAD MIND – Conte-nos, queridinha. Que somos um, que somos nada... Uma mente apagada, sussurros que morreram no ultimo entoar do feitiço cabalistico e a princessa sem fim (Nem ao menos princípio). Como Deus e Eu.
MAD WHISPER – Conta logo de onde vieste que eu te contarei para onde foste. Sim, eu sei.
MAD PRINCESS – Pois então acompanhe-me ao hall central do Pandemônio. Lá fui concebida.
MAD WHISPER – Extremamente pomposo!
MAD PRINCESS – Cale tua voz arrogante e escute um conto perdido. Por que perdeu-se? Não sei... Mas vocês deveriam, todos vocês deveriam conhecê-lo. Para que eu possa me apagar.
MAD WHISPER – Tens razão, enfim. Para que te apagues, que as linhas sejam feitas. Uma ou outra mente maliciosa deve estar brincando. E assim dependes da dor de existir sob a sombra de outro. Por si só és puro pó – angustiado por uma existência que, mesmo vã, te pesa e dá angina.
MAD PRINCESS – Não tenho culpa se aos sábados despenco em solidão, vislumbrando um príncipe grosseiro que amo, odiando as tranças que o enfeitiçaram a mim e querendo voltar até o submundo, esconder-me na escuridão do manto de minha mãe, Perséfone, e retornar ao mad, unicamente mad.
MAD WHISPER – E eu.... Que sou o teu próprio mad, queria me libertar e sussurrar sem loucuras.
MAD PRINCESS – Você? Você.... Sim! Sussurro insano, aquele que tragou minha vida passada! Agora me lembro...
MAD MIND – Conte-nos, queridinha. Que somos um, que somos nada... Uma mente apagada, sussurros que morreram no ultimo entoar do feitiço cabalistico e a princessa sem fim (Nem ao menos princípio). Como Deus e Eu.
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