domingo, 12 de fevereiro de 2012

Sonho Realidade

Uma vez eu sonhei - por falta de opção - que o teu amor era inesgotável . No sonho eu não precisava economizar-te, todo o tempo eu compartilhava ao teu lado e minhas palavras eram incontidas cascatas desembocando nos ouvidos macios teus. Como eu acariciava tua pele de jambo e brincava com tua cabeleira negra e densa, evocando sono e paz.. Você dormia em meu colo e eu sussurrava os poemas secretos dos meus amores passados, das vidas passadas.

Todo meu antes e depois, todas as minhas reencarnações louvavam sem medo a tua presença!

No sonho minha aura se aquietava e cingia-se inteira de veludo para deitar-se sobre a tua, aquecer teus frios, suavizar tuas asperezas. Eu tinha fé no meu culto à tua imagem. Lá no sonho, toda a vez que me crucificavas eu conseguia sorrir, pois teu seio emergia e imergia tanto quanto o meu amor crescia e desfalecia. Eu podia desfalecer! Como na noite em que perdi o fôlego e tive medo de ti.

Mesmo que nossa história fosse peça trágica, eu sorria: teu amor era inesgotável.

Dessa vez que sonhei... E quando acordei me detive um instante. Um passo falso, olhos de ressaca e meus desapontamentos pela farsa onírica. Talvez, provável, eu sinto... que nem me amas mais. No entanto continuo detendo-me à crueza da realidade. Ora, eu sou poeta! Viverei um sonho ou um pesadelo, tanto faz. Mas que eu tenha sempre aquele sorriso lacrimoso quando te ver, e que eu ame nossas condenações.

Tenho muito medo de desfalecer em vão, sim. Mas minha adoração é inesgotável.

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