domingo, 1 de agosto de 2010

Diálogo Mal Encantado ou A Tola Princesa II


MAD WHISPER – Sim, há. Te mostrarei como se apaga os traços do passado. Com uma condição: que você compreenda que somos apenas linhas de alguma mad mind brincando de reinventar contos mal encantados.

MAD PRINCESS - Ridículo, eu sou real.

MAD WHISPER – Todos somos. Ridículos e reais. E você, uma princesa absolutamente fútil; não obstante, sem forças para apreciar a magia de ser feita da imaginação de uma mente devassa e criacionista. Claro que reconheces que nada de árduo e trágico acontece em sua vida (ao menos desde o primeiro fim... Não depois de reviver séculos as situações embaraçosas nas mãos do lado mal enquanto esperavas um príncipe encantado e sobretudo inútil chegar para serdes feliz). E, embora parecendo-te egoísta sonhar nunca ter existido num papel ou na boca de uma mãe para com o filho nas noites sem sono, essa repulsa hermética ao pó de pirlimpimpim não a largará.

MAD PRINCESS – É para me insultar que vens com esses novos sussurros de história? Querido... Pedi para que o mundo me esqueça, não que conheça a vida íntima de uma jovem em crise.


MAD WHISPER – Uma jovem em crise... O que cada ser – humano ou encantado – é além de jovens em crise? Não se sinta especial só porque o teu castelo é feito de cristais.


MAD PRINCESS – Pare! Você não me conhece, não sabe o que tenho suportado feliz para sempre.


MAD WHISPER – Então diga-me: quem és? Conta a tua história, só assim poderei te amar até o ponto de querer destruir a tua existência. Por enquanto a tua tristeza apenas me dá pena e distrai-me do silêncio.


MAD PRINCESS – Sussurro maldito, então não sabes quem sou?

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