sábado, 7 de maio de 2011

A Masoquista


O sábado mal se aproxima e Ela não se contém de precipitações das dores vindouras. Como será o próximo vilão? Que signos de tortura usará e quão profundo e cruel penetrará os gabinetes de sua frágil feminilidade? Terá ele muitas cartas na manga; um bruxo de intenção toda maligna? Surpresas na esquina de seu sorriso, é o que Ela mais deseja.

Há um anjo com espada flamejante precedendo seus passos.

A chaga sagrada.



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... Tu vira a próxima rua à esquerda. É bem ali.

Que isso, pra uma moça tão linda assim...


Porque demorou?

Ah, claro. E a culpa é minha.

Não, não, que isso! Esquece, ta? Esquece!

Não! Eu cansei. Você sempre se fazendo de vítima, é a tal da depressão e esse chororô. O que acontece é que eu já não te entendo. Ninguém entende, sabe?

Ah, eles me disseram sim, e daí? O que? Você acha que eu sou um trouxa. Claro... Mas eu sou mesmo, olha pra mim. Sou um idiota por te amar desse jeito. Corro atrás de você o tempo todo, me preocupo. Meu, to há meses tentando ver se isso vai pra frente e não sei mais o que fazer... Faço sempre o meu melhor. Você que fica aí, não faz nada. Que foi? Não vai dizer nada?

Ah, não tem? Pois eu tenho, tenho muito, aliás. Você vai escutar. Ta todo mundo te estranhando, você não era assim! Eu achando que você era a pobrezinha da história. Mas fica dando mancadas! Ainda bem que nossos amigos abriram os meus olhos! Eu te amo, mas é muita mancada com todos. Vê se para, pro teu bem. Senão vai ficar sozinha! Não vai dizer nada mesmo? Meu, pra que veio, então?

Para, para, para! Cansei de você e suas mentirinhas.

Então vai, dessa vez eu não vou correr atrás. Nem dessa vez nem nunca mais. Esquece que eu existo. Esquece que nós existimos!


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Dói tanto... Glória Deus!

Em espasmos, glória ao Salvador que me pertimiu (só a mim) o talento de sentir um tanto da mensagem da cruz. Eu nunca resisto às torturas, às sete chagas, ao prego ultrapassando minha condição de d
or humana... Sou entronada com espinhos venenosos e mesmo assim, cuspida e humilhada, ajoelho escondida sobre o olhar da caveira e peço perdão.

Por eles. Me amarem.

Por Jesus. Ter me amado e derramado até espírito. Só para que eu não sentisse.

E eu, eu quero sentir! Amo sentir. Glória Deus pois sangro sem ressurreição.



Magia, Paixão e Poesia - Decifra me enquanto te Devoro

Um comentário:

  1. Que lindo, amor!! Você é meu maior poeta, o melhor! E que suas palavras jamais se esvaiam, jamais se acabem, tampouco parem de tocar o âmago do meus ser, pois é a partir delas que se infere em mim um pouco de humanidade, e ser humano, de alguma forma, faz sentido pra mim, pois assim, tenho características próprias de um: sinto, logo vivo!

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