domingo, 22 de maio de 2011

A Filha do Vento

(Intertextualizando almas):

Verônica deixa para trás um último véu. E até houve alvura! Houve cintilância, veludo e perfume maciço. Agora é isso, o orvalho gelado escorrega pelo mármore, o rosto descoberto emociona-se com o vento e a nudez da madrugada... Ela vê a lua que ainda é cheia, tão densa quanto a dor latente, lunática. Crateras e os olhos verdes pairando por detrás das luzes da cidade.

Onde foi parar o último véu? Desprendeu-se do espírito distraído, desvairado; sem glória. Percorre o mundo, tolo; percorre o mundo em busca do sagrado gêmeo de paixão. Como se houvesse... E apenas resta uma pureza solitária.

-Volta, cobre a promiscuidade de Verônica! Cobre a vergonha de amar. Que dói.

Numa exaltação frenética ela vomita; numa exultação cadente a noite se afunda em seus olhos - ela só quer poder tirá-los de ti. O céu desce vazio, a ventania dança vazia, o mundo peleja... Vazio.

E você... E Verônica... E eu...

Tudo bem... Tudo bem...

Magia, Paixão e Poesia - Decifra me enquanto te Devoro

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