sexta-feira, 11 de novembro de 2011

O Labirinto (parte IV)


Sente-se completo? Seguro? Machucado? O momento é teu, o céu é teu, dou meu infinitivo segredo-ser ao teu corpo humano. Há de superar as dores, os medos. Encanto aos olhos azuis com coragem, de ser, Livre. Aqui em mim e hoje-ternamente estarei em ti. Pois então não diga nada, sorria às cicatrizes e creia: a luz é toda tua...


A flecha negra rebentou e agora demônios atraídos antes por seu sono e acalanto, vêm famintos. A árvore da vida renasce e tu estás nela num novo instante! És o rei! A benção e os caminhos são os teus próprios. Questiona-te, onde estou, onde sou? Tudo é meu? Tudo isso sou eu? É magia.

Perduram alguns muitos passos a serem dados nesse salão. O próximo descaminho é o meu favorito (chegamos onde eu te digo “estarei contigo”). Eu te acolho e tu paras com a procura do fim; meus laços são o teu lar, essas entranhas infindáveis. Eu te deixaria ir, dizer adeus e me deixar chorar... Mas eu te tive. A multidão se encanta com teu vôo. As asas se encantam e eu fujo com teu canto. Temo-nos livres! A Lua recresce com o jardim em mil perfumes e temo-nos um no vôo do outro. Livre! Livre! Em meu colo te protejo... Um passo eterno, ah, podia ser tão eterno. Está bem, eu estarei contigo. Te protejo em meu corpo e somos a mesma luminescência alva rósea pura. Vá, eu permito, vá com teu destino, eu quero te amar mesmo de longe (e tu retornas e me pegas no colo).

Deus está aqui. Ele e todos os santos. O meu deus e os meus santos cantarão conosco no coração desse jardim o que canta teu coração: Cry me a river.

É doce e lindo. A multidão acompanha e até poderia chorar: emoção entoa até o limite. Mas não, não... Deixa brilhar frescor e orvalhar em nossa pele morena. Cry me a river...

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