domingo, 18 de setembro de 2011

Ícaro falls (in love)


Deixa me a paz cá dentro, recolhida num dos aposentos mais aquietados e banhados sob penumbra.

Deixa cá eu adormecer sorrindo, ao menos essa noite, ao menos um sorriso... que dos excelsos excessos nada venho destilando... ao que me parece, sequei.

Da última natureza morta, expurgada qual nódulo cancerígeno, necrosou algo a mais... uma esperança, um sonho, um deus que sá.

Mesmo em louvor santificado, sincero e virtuoso, o aflitivo medo permeia e pernoita meus átrios, ora discreto, ora jorrando cascata violenta...

Eu acho que morri. Bem nítido, o horizonte se mostra findo, clareira que cega ao passo que revela: do amor nasce a aura que protege; do que mais ainda amo - venero! -arrancam-me das entranhas vitalidade (a pouca que divido com flores).

Tapem meus olhos, norteiem meus sentidos!! Que estive a jejuar a escrita. A fraternidade do fogo, ao consumar um ideal abraço, queimou-me os membros, mutilando a vontade de voar.

- o voo onírico das palavras -

Quero dormir, quero deixar que o sonho me guarde em quietude no novo mundo lutando por emergir nas vagas desta literária redenção. Mas não me deixes independente, louco que sou.

Vem comigo, pousa teus olhos nos voos dos meus, que a brisa nos sussurrará a verdade e, no auge da glória, beijaremos com fogo e paixão a nossa repentina graça!

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