
Hora corrupta. A noite mais fria permeia duas estrelas rompendo um relacionamento, orbitando lados contrários desse círculo negro galático. Nem as folhas mortas suportam a miserere do caminhar sóbrio do vento.
Sentimentos rodopiam a esmo, da palma da mão aos confins do tecido ocular, penetrando a veracidade do passado. O sonho cadente em poeira desfaz no vão dos dedos, ludibriado pela nebulosa sepulcral... Algo está morrendo.
Enterra o derradeiro fôlego e integra-se ao corpo no Mundo, espectro da treva, desfalecido das asas de Deus. E continua o movimento ao outro lado, recordando os bons tempos da aurora, as linhas que saciaram uma possível falência; de quando as ondas de outrora traziam certa náusea oceânica: uma fenda que se revelava na alma, uma abertura para o bem. Hoje nem mesmo o mal se sustenta! Então caminha, anda sem pressa por sobre a realidade e esquece que possuiu em botão de rosa um desejo imenso.
Que houve um anjo. Que houve um poema. Que houve um sorriso. E que - feito plasma vivo - expandiu-se e atingiu o primeiro céu, crendo religiosamente na inverossímel felicidade.
Eis a última estação. Um corpo vazio deixa-se guiar pelo frígido amante das madrugadas. Rendido, calado, abdicando ao absoluto. Uma sombra qualquer dança deformada na parede: é o adeus fatal... Eis o último sussurro:
Sentimentos rodopiam a esmo, da palma da mão aos confins do tecido ocular, penetrando a veracidade do passado. O sonho cadente em poeira desfaz no vão dos dedos, ludibriado pela nebulosa sepulcral... Algo está morrendo.
Enterra o derradeiro fôlego e integra-se ao corpo no Mundo, espectro da treva, desfalecido das asas de Deus. E continua o movimento ao outro lado, recordando os bons tempos da aurora, as linhas que saciaram uma possível falência; de quando as ondas de outrora traziam certa náusea oceânica: uma fenda que se revelava na alma, uma abertura para o bem. Hoje nem mesmo o mal se sustenta! Então caminha, anda sem pressa por sobre a realidade e esquece que possuiu em botão de rosa um desejo imenso.
Que houve um anjo. Que houve um poema. Que houve um sorriso. E que - feito plasma vivo - expandiu-se e atingiu o primeiro céu, crendo religiosamente na inverossímel felicidade.
Eis a última estação. Um corpo vazio deixa-se guiar pelo frígido amante das madrugadas. Rendido, calado, abdicando ao absoluto. Uma sombra qualquer dança deformada na parede: é o adeus fatal... Eis o último sussurro:
- Vento que furta o cheiro do beijo, que desce aos pés e morre no concreto. A vida é abiótica.
Uma ótima semana para você ;*
ResponderExcluirbeijos piink (♥)
"Eis o último tiro sem margem de manobra". Se encaixa perfeitamente com o poema da Claudia Roquette-Pinto, esse teu post. Lindo.
ResponderExcluirparadoxaaaal!
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