terça-feira, 2 de novembro de 2010

Jogo pro fundo de palavras

Procurando um tesouro
achei entre folhas largadas num caderno do ensino médio, um e outro verso

Sem-Sentido. Sem.
Sentido, igualzinho a mim.

(imagine essa frase rabiscada, assim):

Fim de balada. E eu me abstive do lápis e papel, a alma que


Pó de arroz e olhos de esfinge egipcia. Mesmo assim a morbidez (não, palidez!) sedutora daquele rosto não é o suficiente para maquiar o. Quê? O pensamento continua inerte ao vislumbre da pré-vertigem. Que será que procederá ao fim do anoitecer? Que mais importa além do ópio?

Cabe ao estilhaço
resistir ao teu olhar?

A molécula núcleo meiose e eu você em dois únicos pólos
Pólo eu Pólo Teu

T Eu.

O que faz com toda melancolia profunda vertendo em reflexos de poesia? O que se faz dessa preciosidade às 03:00 da madrugada?
Parece até tristeza desnorteada - parece alegria que mata.
Morri uma vez.

"Então você não sabe por que ele está chorando na presença de Deus?"

Ele queria tocá-lo. Tocar quem ainda o mantém no limbo. O limbo mais estupendo! Mas dizem que o paraíso é melhor. Duvido, mas é pra lá que ele vai. Se você esquecer a sua existência ele poderá morrer em paz.

Na noite não houve beijos. Só jogo pro fundo de palavras.
A madrugada é fria para putas.

Poesia me congela.

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